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A carta de 

Pero Vaz de Caminha

 nos tempos atuais...

Os alunos do 6º ano leram a carta de Pero Vaz de Caminha que narra a chegada dos portugueses ao território que hoje é o Brasil.

Depois de analisá-la, eles produziram a sua própria carta, porém narraram a chegada dos portugueses pelo ponto de vista dos índios que habitavam a nossa terra. Nessa carta, eles se colocaram no lugar dos índios, em 1500, e contaram de que maneira a vida deles foi alterada pela chegada dos colonizadores.

​Eles falaram dos hábitos indígenas, da religião, da economia e de suas táticas de guerra.

​Ficou muito boa! 

​Além disso, também reproduziram, em desenhos, o encontro entre os Portugueses e os Índios.

A proposta foi retratar o máximo da cultura indígena, assim como na carta descrita acima.

Ms. Daflon
Middle School BSS Teacher

Rodrigo Brandão e Diego Sousa (´23)

A carta de um indigena

Há muito tempo atrás em 1500, naquele infeliz dia, quando aqueles portugueses chegaram, estávamos plantando mandioca, milho, amendoim, abacaxi e muitos outros alimentos. Então eles chegaram, nos assustamos no ínicio, chegamos a apontar nossas armas para eles (como arco e flecha, nossas lanças e nossas facas). Os portugueses pareciam dizer que vieram em paz, mas era mentira.

Hoje isso já faz dez anos, mas eu nunca esquecerei disto, eu Moacir da tribo tupi guarani. No ínicio  eles não pareciam representar nenhum mal, porém estávamos enganados. Fomos educados com eles, mostramos como a nossa aldeia funcionava, como as nossas habitações eram distribuidas. Mostramos também como os trabalhos eram distribuidos entre o homem e a mulher, que os homems caçavam e pescavam enquanto as mulheres plantavam, cuidavam das casas e das crianças. Até os ensinamos a plantar.

Mas logo eles começaram a abusar do que a natureza nos dava. Extraindo mais madeira que precisavam, mais ouro, matando mais animais que podiam comer, sujando e gastando a água. Porém, isso logo teve consequências. Com menos plantas o solo alagava mais rápido, estávamos menos protegidos contra animais, e também menos protegidos contra doenças. Com o rio sujo, os peixes morriam e era complicado nadar nele, e tudo porque eles abusaram do que a natureza os forneceu.

Fora as doenças que eles trouxeram. Não estávamos acostumados com elas, então muitos de nós morremos, mas não foi só assim que morremos, eles precisavam de mão de obra para executar os trabalhos.

Então a guerra começou, eles nos atacaram e não estávamos preparados, nos pintamos para a guerra. Lutamos bravamente, mas perdemos, pois as armas deles eram bem melhores. Eles tinham armas de fogo, o que não sabíamos nem que existia, enquanto nós só tinhamos arcos e flechas, lanças e facas. Em pouco tempo, muitos de nós morremos, alguns conseguiram fugir, porém outros foram capturados e tiveram que trabalhar muito para eles de “graça”. Não tinhamos outra opção a não ser trabalhar, fomos transformados em escravos, e tudo isso depois que os ajudamos. Foi dessa forma que eles nos retribuiram o favor. Não tínhamos mais tempo para as nossas cerimônias, ou para agradecer aos deuses.

Nós tinhamos sido enganados, nós confiamos neles,  mas eles não só não nos respeitaram como eles desrespeitaram a natureza também.

Nós não podiamos mais ficar brigando entre nós, indígenas. Tínhamos que nos juntar contra os portugueses ou perderíamos nossa terra. Infelizmente, não conseguimos vencê-los. Hoje existem muitos menos indigenas do que existiam naquela época. Os que continuaram livres tiveram que viver sem seus familiares e amigos. Eu espero que as coisas melhorem, porque assim não da para viver.

Victor Raphael e Dante Navaza (´23)
Maria Déo e Cecilia Gimena (´23)

Carta dos Indios Brasileiros

 

            Estávamos vivendo tranquilamente e em paz. As mulheres estavam cuidando das crianças, fazendo artesanato, plantando mandioca e bananas. Eu sou um caçador na nossa aldeia, eu conseguia manusear muito bem o arco. Nós somos politeístas, acreditamos em muitos deuses. Os caçadores de nossa aldeia foram pescar quando viram homens brancos em barcos, não tão grandes. Nós achávamos que eram Deuses, pois acreditávamos que um dia eles iriam chegar pelos mares.

 Eles começaram a dominar a nossa terra, nós deixamos eles fazerem o que queriam pois eram “nossos deuses”. Podíamos notar que um deles tinha um colar de ouro, então apontamos para nossa terra para mostrar que também tínhamos ouro nela. Eles queriam nosso ouro e em troca davam objetos que nunca tínhamos visto antes, como espelhos.

            Passaram-se alguns dias e nós notamos que eles morriam por picadas e por muitas doenças. Deuses são imortais, seria impossível eles morrerem por algo vivo ou morto. Isto nos deixou confusos e a nossa aldeia começou a desconfiar deles. No dia seguinte podíamos entender que eles estavam nos mostrando uma nova religião. Isto nos deixou confusos e apavorados, pois eles  nos forçaram a acreditar em apenas um Deus. Isto foi díficil de entender, muitos como eu, não queriam acreditar nisso. Aquilo era um absurdo e muito inconveniente. O pajé de nossa aldeia havia ensinado uma coisa totalmente diferente disso. Eles começaram a obrigar nosso povo a fazer trabalhos duros e difíceis. Estávamos ainda mais cansados, não queria trabalhar para outra pessoa.

            Nosso Pajé ficou furioso e não queria mais fazer trabalhos para aqueles homens. Ele queria guerra, pois não acreditava que eles eram nossos Deuses. Várias guerras aconteciam e muitos dos nossos morriam. Eles tinham armas de fogo e canhões dentro de suas caravelas, enquanto nós tínhamos apenas arcos e flechas. Muitos morreram dos dois lados, mas principalmente do nosso.

            Um grupo pequeno havia sobrevivido, apenas eu, meu filho e outros 15 índios. Eu sabia que logo todos nós iríamos morrer, porém isto não iria me impedir de guerrear até o final.

Eu estava olhando para um dos grupos de homens brancos. Eles tinham um modo de viver muito diferente do nosso. Eles tinham roupas grandes e pareciam ser muito quentes, enquanto nós tínhamos poucas roupas.  Tinham armas de fogo e caçavam de um jeito muito diferente do nosso. Não tinham o mesmo costume do nosso de orar para a natureza pedindo alimento.

Nós somos índios e nunca deixaremos de acredtar no que nós pensamos!

Carta escrita por Apuã, 30 de abril de 1500
- Gabriel Prado (´23)
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