top of page

POR QUE SOU BROTHER? 

Alguém me perguntou por que consagrei minha vida a Deus... eu diria que foi por sorte. Sorte de haver tido a oportunidade de compreender que o sentido da vida não se reduz a ganhar dinheiro, ter uma profissão e uma família. Ainda que sejam coisas necessárias, boas e queridas por Deus.

 

Vocação vem do verbo latino voco, vocare, que quer dizer "chamar". Deus chama a cada um, para um caminho particular. Deus tem um plano para cada um. Daí a importância de conhecer o que Ele quer. Um dos caminhos para descobrir o que Ele quer é conhecendo quem nós somos. Se Ele nos propõe um caminho, é de se esperar que contemos com os recursos necessários para responder a essa missão. Desde pequeno, tive uma inquietude social muito marcada. Seguramente por isso quis estudar psicologia e pedagogia. Não me conformava com saber que existiam coisas erradas, costumava tentar compreender o porquê das coisas e ver o que poderia ser feito. Isso me levou também a pensar num futuro na política. Mas como queria casar com uma mulher bonita e inteligente, e queria ter vários filhos, pensei primeiro em estudar administração para poder bancar esses planos.

 

É natural que tenhamos planos para nossas vidas. Os meus, de fato, não contemplavam a vocação religiosa porque minha família não era praticante e meu futuro era planejado em outros termos. Meus pais tinham expectativas naturais de que eu continuasse uma carreira universitária bem sucedida, já que tinha um ótimo rendimento escolar, mas a providência divina tinha outros desígnios.

 

Deus tem seus caminhos e soube entrar com muita reverência aos poucos na minha vida. Normalmente na vida, as coisas mais valiosas são as que mais custam, e responder à minha vocação levou tempo. É verdade que toda opção implica uma ou várias renúncias. Mas nós não optamos por aquilo de que abrimos mão. Optamos por aquilo que nos resulta mais valioso, e cujo valor supera aquilo que deixamos. Minha opção pela vida religiosa não se deu por algum desencanto amoroso ou pela falta de perspectiva laboral ou de opções na vida.

Simplesmente foi a melhor opção. 

Tive a sorte de conhecer o Sodalício de Vida Cristã, a congregação à qual pertenço. No Sodalício, encontrei católicos bem formados, que conheciam sua fé e procuravam vivê-la de forma coerente. Pessoas com um autêntico desejo de mudar o mundo e que entendiam que a mudança do mundo passa necessariamente pela nossa própria mudança. Encontrei pessoas que viviam o ideal da vida cristã em uma comunhão de verdadeiros amigos dispostos a se doar uns pelos outros. Encontrei gente muito generosa, com grandes ideais e com uma lucidez particular para compreender a experiência humana.

 

Sendo muito sincero, não foi tão fácil abrir mão dos meus planos, nem lidar com a incapacidade de meus pais em compreender por que eu optava por algo que lhes parecia tão abstrato como Deus. Mas eu era ciente de que se eu não seguisse o que a minha consciência e meu coração me indicavam, eu não seria feliz e as pessoas que me rodeavam, e me queriam, tampouco.

 

Hoje, depois dos anos que passaram desde que sai de casa e que procurei responder ao chamado específico que Deus me fez, posso dizer com alegria que valeu a pena. Viver a vida cristã é uma verdadeira aventura, cheia de desafios, com momentos de muita alegria, outros marcados pela cruz. No entanto, algo que aprendi é que Deus nunca abandona e que “há mais alegria em dar do que em receber”.

 

Muitos dizem que há uma crise de vocações na Igreja. Mas, na verdade, o que há é uma crise na resposta ao chamado que Deus faz. Deus continua chamando e eu, como tantos outros, somos testemunhas disso. Aqueles a quem Deus encomenda a missão de segui-lo mais de perto, têm a maravilhosa missão de levá-Lo aos demais. Uma das coisas mais bonitas na vida de um consagrado é poder testemunhar como a graça de Deus age na vida das pessoas, apesar de todas as nossas limitações.

 

Gostaria de terminar com um pedido: sempre que puderem, ofereçam suas orações por todos aqueles a quem Deus convida à vida consagrada para que o medo, ou as dificuldades não sejam uma desculpa para não cooperar intensamente com a graça que Deus derrama em nossas vidas.

Brother Franz

Não tinha a intenção de escrever sobre minha vocação à vida religiosa, mas não tive como me negar ao pedido de uma querida amiga que achou que seria importante partilhar esta experiência. Se for útil para alguém, louvado seja Deus!

Brother Franz em ação nas Missões no Maranhão e

em campanha de natal em Petrópolis

Dom Orani visitando a comunidade Sodálite no Rio de Janeiro no aniversário da paróquia Nossa Senhora da Guia.

© 2013 by OLMatters. All rights reserved.

Tell us what you think:​​

OLM

Rua Visconde de Caravelas 48

Botafogo - RJ

ADDRESS

TEL

2266-8274

Your message was sent successfully!

bottom of page