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PAQUETÁ !

Um passeio de carruagem...

 

Isabela Lopes (´18)

             O dia começou cedo. Às sete da manhã, já se via um grupo de alunos vestidos de azul marinho na quadra da escola, todos com cara de sono. Esperamos o ônibus e o resto da turma por algum tempo e, depois da contagem final dos alunos, começamos nossa jornada para Paquetá.

 

            O dia estava nublado, mas isso, como disseram nossos professores, foi muita sorte, pois quando faz sol em Paquetá, o calor é quase insuportável. O tempo no ônibus nos pareceu curto e logo estávamos na Praça XV, no Centro do Rio de Janeiro. Desembarcamos bem ao lado do Paço Imperial, primeira residência da família real no Rio. Andamos um pouco até a estação das barcas e, lá sim, o tempo parecia não passar. Depois do que nos pareceu muito tempo, nossa barca chegou. Nosso grupo foi um dos primeiros a entrar. Achávamos que seria um passeio relativamente curto, de uns 40 minutos, mas na verdade nossa ida até Paquetá durou mais de uma hora.

 

            Chegando lá, fomos recebidos por nossos “guias”, que iriam nos levar – de “carruagem” - aos pontos principais da ilha, como a Pedra da Moreninha. Subimos em nossas charretes e começamos o passeio.

 

            Passamos por pequenas ruas, cheias de flores e pequenas casas. A primeira parada foi um parque, onde tiramos inúmeras fotos e nos divertimos muito. O lugar, cheio de lindas árvores, todas verdinhas, e com muitos gramados, dava de frente para a ilha de Brocoió, que pertence ao governo do Rio de Janeiro.

            Seguimos então para um dos principais lugares do passeio: a Praia da Moreninha.  Demos uma rápida passada pela areia e então subimos na pedra, a famosa Pedra da Moreninha, onde, no livro, Carolina esperou ansiosamente pela chegada dos rapazes à ilha. Infelizmente, passamos apenas quinze minutos lá, mas conseguimos aproveitar ao máximo. Mais fotos foram tiradas e então continuamos nosso passeio.

            Fomos para a Casa das Artes de Paquetá, o último ponto de nosso passeio. Aprendemos um pouco sobre a história da ilha com o Sr. José Lavrador Kevorkian, um historiador local e diretor da Paquetur, que lida com grande parte do turismo na ilha. Paquetá foi descoberta em 1555, na expedição de Villegagnon, no ano da criação da França Antártica. Nessa época, a ilha era habitada pelos índios tamoios, aliados dos franceses.

 

     Depois da expulsão dos franceses por Estácio de Sá, Paquetá foi dividida em duas e doada para dois capitães portugueses: Inácio de Bulhões e Fernão Valdez. A ilha cresceu rápido, contando bastante com a Fazenda São Roque, dedicada a agricultura e pecuária, e com a exploração de cal que, juntamente com o óleo de baleia, era usada para a construção civil.

     O crescimento da ilha também contou com a ajuda de uma figura bastante importante: D. João VI, um dos maiores admiradores de Paquetá. Sendo o segundo filho, D. João VI nunca havia sido preparado para reinar. Desgostava da vida agitada e séria de imperador, fazendo com que Paquetá fosse um lugar onde ele conseguia descansar e se sentir em paz.

 

     Em 1843 surgiu “A moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo. Isso também ajudou na popularização da ilha, tornando-a conhecida como a “ilha dos amores”. Descobrimos também que a lenda da Moreninha, de origem indígena, já existia há muito tempo.

   

     Com isso, o turismo em Paquetá cresceu muito e a ilha vive disso até hoje. Paquetá é totalmente tombada, fazendo com que seja o bairro com maior número de imóveis tutelados, preservados e tombados. A ilha também teve a primeira estação de tratamento de esgoto da América Latina e é abastecida com água de São Gonçalo. Também é o único bairro cujas ruas não têm nomes de políticos, e sim de coisas relacionadas diretamente com a ilha. Por fim, nos foi dito que acredita-se que a Moreninha realmente existiu e que algumas famílias da ilha são possíveis descendentes dessa adorada moça.

     Depois de algumas perguntas adicionais, recebemos a (maravilhosa) notícia de que o almoço estava servido. A comida estava realmente maravilhosa. A Casa de Artes Paquetá se encontra em frente a uma praia, fazendo com que nosso almoço fosse completo com vista e ventinho do mar. Vários pratos de comida depois, ainda saboreamos mousses de chocolate e maracujá.

 

     Ainda tínhamos umas duas horas até a volta para o Rio. Como não queríamos ficar parados dentro da casa, arranjamos duas bicicletas e logo havia uma fila para usá-las. Claro que não fizemos só isso. Passeamos na praia, conversamos com os amigos, tiramos mais fotos e até brincamos com a cadela (que era linda e muito dengosa) da casa vizinha. 

     No final, nossas ilustres “carruagens” voltaram para nos buscar, e assim começamos nosso caminho de volta para casa. Antes de pegarmos a barca de volta paramos para tomar sorvete e fizemos até “chore” do Spirit Week. Já na balsa, acho que quase enlouquecemos os professores, já que estávamos sempre indo ao convés para pegar um ventinho.

 

     Estávamos cansados depois de tanta coisa e enfim chegamos de volta à Praça XV. O ônibus nos buscou no mesmo lugar onde havia nos deixado na manhã daquele dia, já parecendo tão distante.

 

     Com isso, é certo dizer que adoramos o passeio, e que essa, sem dúvida alguma, foi uma experiência inesquecível.

Até a próxima, Paquetá!

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