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Perspectivas Históricas:

o respeito a alteridade e

a valorização do pensamento crítico

Leia mais no livro ´Perspectivas Históricas´

As teorias concernentes ao pensamento histórico, desde o início do século XX, tornaram-se mais conscientes quanto à visão perspéctica do indivíduo e sua incapacidade de abordar determinado tema de maneira holística. Isso significa que os historiadores passaram a questionar a sua própria habilidade de buscar a “verdade do ocorrido”, uma vez que nossa análise do passado consiste apenas em uma possibilidade de entendimento do mesmo. Apesar da crítica ao positivismo historiográfico do século XIX – o qual defendia a existência de um único meio de enxergar episódios passados - percebemos que o senso comum, principalmente quando nos referimos ao público infanto-juvenil, permanece preso a essa concepção de verdade absoluta.

 

Essa discussão pode parecer complexa ou pouco objetiva para uma sala de aula, no entanto, devemos perceber os problemas decorrentes da manutenção deste pensamento positivista dentre nossos adolescentes. A credulidade em uma única versão da história significa defender a intolerância, uma vez que ao ignorarmos a diversidade presente nas diferentes visões de mundo, passamos a apoiar a imposição de discursos unilaterais. Para simplificar, podemos dizer que se os professores não demonstrarem aos seus alunos a possibilidade de convivência entre diferentes versões para uma mesma história, estarão a promover o desenvolvimento de crianças incapazes de compreender a perspectiva do outro. Incapazes, portanto, de respeitar uma visão de mundo diferente da sua.

 

Na tentativa de promover o respeito à alteridade, além de estimular o poder reflexivo de nossos alunos, propusemos a criação de perspectivas históricas, referentes aos agentes sociais presentes durante o fim do II Reinado no Brasil: o escravo, os barões de café do Rio de Janeiro e São Paulo, a Igreja Católica, o Exército e o próprio Dom Pedro II. A proposta deste trabalho consistiu no incentivo à construção de uma perspectiva reflexiva sobre a sociedade e uma análise crítica quanto ao conhecimento histórico. Uma maneira criativa de demonstrar as diferentes versões de um mesmo acontecimento passado.

 

Isabel Cristina Fernandes Auler

Doutoranda em Teoria da História pela PUC-Rio

Professora de BSS

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